Kerstin Fritzl, filha do avô, saiu do coma esta semana. Andou, ouviu música, quer ir na praia e fazer um cruzeiro.
Uma vida nova fora do porão, entender o que significa viver fora dele, ajustar o foco e tentar levar uma vida normal.
Para quem antes não podia ser vista por ninguém, o perigo agora é ser vista por muita gente.
Felipe Muanis
Diretor de arte e ilustrador
2 comentários:
imagina o que é redimensionar o mundo, reeducar o cérebro nesse novo contexto, os olhos a tanta luz. É a imagem literal do mito da caverna. Punk. bjs
O olhar ainda está desfocado! As imagens - só imagens - captadas desde o nascimento tornavam o olhar normal. Agora, tudo parece ainda desfocado! Mais tarde, o olhar dela vai ser transformado: sofrerá o confronto das imagens e compreenderá que as imagens que sobre ela nos chegam são a consequência da horrorosa realidade que viveu. Quando o olhar ficar nítido, para ela, o mundo das imagens será a única coisa boa que obteve durante o cativeiro. Porque aí ela vai perceber a imensidão do horror. A imagem do monstro torna-se real quando vemos os seus actos. Hitler e os seus manipuladores de marionetas eram uma imagem que só foi verdadeiramente assimilada em 27 de Janeiro de 1945: perante os olhares atónitos dos aliados, abriam-se as portas de Auchwitz!
Parabéns pelo cartaz e pelo texto
Anabela Oliveira
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